Wednesday, March 25, 2009

O poder da oração

Em Deus, um delírio, Richard Dawkins relata uma pesquisa de 2,4 milhões de dólares financiada pela Templeton (basicamente uma instituição que premia com milhares de dólares qualquer cientista que conseguir produzir "evidências" sobre a verdade bíblica), sob liderança de Herbert Benson, cardiologista do Mind/Body Medical Institute - Boston.

1802 pacientes de 6 hospitais participaram; todos haviam sido submetidos a cirurgias de ponte de safena e/ou mamária. Os pacientes foram divididos em 3 grupos: no grupo 1, os pacientes receberam orações, mas não sabiam disso; no grupo 2, os pacientes não receberam orações; e no grupo 3, os pacientes receberam orações e sabiam. As orações foram feitas por 3 igrejas em Minnesota, Massachusetts e Missouri. Todas as orações continham a sentença "por uma cirurgia bem-sucedida com uma recuperação rápida e sem complicações".

Resultados
: Não houve diferença na recuperação dos pacientes que receberam orações e dos que não receberam, mas houve diferença entre os que sabiam que estavam recebendo orações. A diferença foi que eles apresentaram mais complicações pós-cirúrgicas que todos os outros pacientes. Os cientistas explicaram o fenômeno com o conceito de "ansiedade do desempenho", um fenômeno neurofisiológico consequência da sensação de responsabilidade que os pacientes sentiram ao saber que alguém estava orando por eles. Alguns podem ter inclusive pensado que "se alguém está orando por mim, é porque meu caso é mesmo grave!"

A conclusão final é que a oração a Deus é tão eficaz quanto o uso de uma ferradura, ou pé-de-coelho, é uma superstição.

Os contra argumento teístas geralmente percorrem as seguintes linhas:

1. Deus não se submete a pesquisas com objetivos mesquinhos;
2. Não fazia parte do plano de Deus curar aquelas pessoas;
3. A influência da oração não pode ser medida com métodos científicos.

Em posts posteriores, vou abordar a contra-argumentação a essas 3 linhas de pensamento.

Um abraço,
Lanzetti