Friday, August 24, 2007

Tutoriais no Youtube para tradutores

Olá a tod@s,

gravei alguns tutoriais para meus alunos, ex-alunos e amigos tradutores. Aqui está a relação:

1. Macros para Tradutores - macros distrubuídas gratuitamente pelo Portal Logos. Quem quiser o arquivo de macros, pode me pedir deixando um recado neste post. As macros incluem conversão de arquivos .pdf para .doc, contagem de palavras em .pdf e .html, recurso de glossário com tradução automática, entre outros.








2. Babylon - Dicionário/enciclopédia/glossário eletrônico e online essencial para tradutores (tutorial em duas partes).





3. Houaiss - Dicionário eletrônico (melhor que o Aurélio).





4. Conversão de arquivos PDF para RTF (editáveis com o Word).








Infelizmente a qualidade dos vídeos no Youtube cai muito. Quem quiser, pode encomendar um CD com esses tutoriais em vídeos com boa resolução ao preço de R$ 5,00 + frete. Já resolvi o problema das imagens na captação do vídeo e melhorei a qualidade do som - agora estéreo.

Em breve, vou lançar o vol. 2 da série Vídeo-aulas. O tema será "Tradução de páginas da Internet".

Grande abraço,
Lanzetti

Friday, August 17, 2007

Vídeo-aulas (Vol. I - Microsoft Word)




Olá a tod@s,

a fim de auxiliar meus alunos e como complementação das oficinas de informática para tradutores que repetidamente ofereço em alguns lugares, preparei uma série de vídeo-aulas de programas para professores de língua e tradutores. O volume I, que já está pronto, é sobre o Microsoft Word.

Nesse volume, focalizo os principais recursos do Word, abordando todos os menus e as principais barras de ferramentas do programa. Veja alguns dos tópicos apresentados:

1. Edição básica de texto;
2. Configuração de página;
3. Visualização de impressão e edição do texto a partir da visualização;
4. Menu Editar (Área de transferência do Office, recurso de localização e substituição de texto);
5. Menu Exibir (Barras de ferramentas, marcações, cabeçalho e rodapé, régua e layouts de visualização);
6. Menu Inserir (Quebras de página e de coluna, símbolos, figuras, hiperlink, diagrama, objeto, arquivo);
7. Menu Formatar (Fonte, parágrafo, marcadores e numeração, bordas e sombreamento, maiúsculas e minúsculas, pano de fundo);
8. Menu Ferramentas (Idiomas, contar palavras, auto-resumo, controlar alterações, opções);
9. Criação e gerenciamento de tabelas;
10. Formatação de texto em colunas
11. Barra de desenho (inserção de figuras e auto-formas, formatação das auto-formas).

A vídeo-aula é um CD-Rom com arquivos de vídeo em formato AVI nomeados por tópicos. Incluí também um decodificador para leitura dos arquivos AVI, já que a maior parte dos computadores pessoais não lê esse tipo de arquivo. Com o decodificador, é possível usar o Windows Media Player ou outro programa que reproduz vídeo, como o Winamp ou DivX para rodar os vídeos.
Os arquivos de vídeo foram gravados com o programa CamStudio20, distrubuído gratuitamente (open-source freeware) e baixado de qualquer site de distrubuição de programas, como o http://www.superdownloads.com.br/.

A qualidade do som é estéreo, mas a qualidade do vídeo ainda não é a que eu gostaria. Ao mover o cursor, o programa faz com que fiquem manchas na tela. No entanto, tive o trabalho de rever todo o material e não encontrei nenhum momento em que as manchas impossibilitam a compreensão do que está sendo dito e mostrado.
Tive o cuidado de narrar os vídeos em linguagem simples, passo a passo, de forma que se beneficiem da aula tanto usuários iniciantes quanto avançados, pois há, no MS Word, muitos recursos "obscuros", que ninguém conhece, e que são extremamente úteis, como a "seleção vertical".

Para quem quiser adquirir o material (CD-ROM em capa protetora com instruções de instalação), pode me enviar um e-mail. O preço é R$ 10,00 + frete, caso você não o possa pegar comigo.
O volume II será sobre o Wordfast, programa de memória de tradução indispensável para qualquer tradutor.

Um abraço e até a próxima,
Rafael Lanzetti




Wednesday, August 8, 2007

O filósofo autodidata



Depois de muito procrastinar, pus-me a redigir este texto sobre uma das obras que mais me marcaram até hoje - El filósofo Autodidacta, de Ibn-Tufayl.

Abu Bakr Muhammad ibn 'Abd al-Malik ibn Tufayl (conhecido simplesmente como Ibn-Tufayl ou Abentofail), filósofo, poeta, teólogo, matemático, astrônomo e médico, nasceu Guadix, na Andaluzia, no começo do século XII. Durante toda a chamada Baixa Idade Média, até o final do século XV, a Espanha, mais especificamente a Andaluzia (Al-Andalus) figurou-se explêndida em termos de arte, ciência, enfim, civilização. Foi uma das poucas regiões na geografia e história da humanidade onde viveram em paz judeus e muçulmanos. O primeiro Renascimento, muito antes do Renascimento Ocidental, ocorreu ali, por mãos e cabeças de árabes e judeus. Para os que estudam tradução, é extremamente importante investigar o que ocorreu na Escola de Toledo, a primeira instituição organizada de tradutores do mundo, onde foram estabelecidos os primórdios das teorias de tradução com as quais lidamos até hoje, principalmente através de Maimônides.

Abentofail cresceu neste ambiente iluminado, teve uma vida solitária e dedicada ao conhecimento e morreu no Marrocos por volta do ano 1185, deixando um legado intelectual incalculável. Sua obra mais conhecida é O filósofo autodidata.

No prólogo da novela, Abentofail já expressa sua maior inquietude - o conflito entre razão e fé. Sua tese, bem parecida com a dos primeiros apologistas cristãos, era a de que, ao usar boa razão, se chega à fé. É possível chegar à fé por revelação divina, mas também é possível chegar a Deus através da observação do mundo fenomênico.

No começo da novela, Abentofail introduz o protagonista, Hay Benyocdan e dá duas versões para o seu nascimento: a primeira, que teria sido criado por uma estranha conjunção de elementos a partir de um punhado de barro. A segunda, mais aceita, que teria nascido bastardo e lançado ao mar numa pequena balsa por sua mãe, temerosa de que alguém descobrisse seu delito. A partir daí, Abentofail descreve como o menino Hay cresceu numa ilha deserta (que alguns acreditam ser o Sri Lanka), e foi criado por uma gazela.

Assim como Adão, Hay logo se descobre nu e cobre suas vergonhas. Ao observar os outros animais, descobre que é o único que não está coberto com pelagem natural, e se sente sozinho, assim como Robinson Crusoé. Aliás, Borges chamou Hay de "Robinson Crusoé metafísico", daqui a pouco explico o porquê.

Dois acontecimentos, no entanto, mudam o curso de sua vida - a morte da gazela que o criara e o descobrimento do fogo. Quando a gazela morre, Hay, em sua angústia, começa a se perguntar o que existe na essência dos seres que os faz estar vivos. Assim, começa a dissecar o cadáver da gazela e a remexer em suas vísceras em busca do que seria a sua alma, tudo em vão. Ao descobrir acidentalmente o fogo, através de um raio, Hay fica maravilhado e imagina que o princípio da vida dos seres, a alma, deve ser algo similar ao fogo.

Depois disso, Hay começa a trabalhar - aperfeiçoa a arte da construção de cabanas, a confecção de roupa, a culinária e a domesticação de animais. Ao reparar, um dia, em seu rebanho, começa a pensar que a alma dos animais devia ser diferente da alma das plantas.

Para entender o mundo que o cerca, Hay começa a observar os astros e seus movimentos rotatórios. Neste ponto, Hay chega ao ápice de sua viagem filosófica - à conclusão de que, para existir tudo o que existe, no céu e na terra, para existir um mundo vivo e móvel, deve existir um ser superior que tudo comanda, e que tudo criou, que colocou no mundo tudo o que há. Hay chega a Deus - sem língua, sem civilização, sem escolaridade sistemática.

Depois disso, Hay considera que comer animais e arrancar frutos das árvores é uma afronta ao plano divino e se converte em um asceta fanático. Para assemelhar-se aos astros, decide imitar seus movimentos rotatórios e começa a rodar em volta de si mesmo e ao redor da ilha. Segundo meu amigo Pablo Maurette, filósofo argentino que me apresentou o texto de Abentofail em meados de 2001, em uma de nossas conversas,

En el siglo XIII, menos de cien años luego de la muerte de Abentofail, un
místico y poeta conocido como Rumi fundaría en Turquía la orden de los derviches
mevlevís, que subsiste hasta el día de hoy (aún se los puede ver girar como
trompos en sus templos de Estambul y de Konia). Los mevlevís, al igual que Hay
Benyocdan, giran imitando a los planetas para entrar en vertiginoso trance y
acercarse a la divinidad.

Finalmente, Hay se entrega à meditação, recolhendo-se a uma caverna. Dentro da caverna, tem um encontro místico com Deus, assim magistralmente descrito por Abentofail:

De este modo escuchó la voz de Dios que se le reveló como único y omnipotente,
como rey de reyes. En aquella cueva Hay Benyocdan se abismó y contempló lo que
ojo no vio, ni oído oyó, ni pudo ocurrírsele al corazón del hombre.

Um dia, chega à ilha Asal, um teólogo, pregador muçulmano renegado que fugia de seus perseguidores. Asal encontra Hay e ensina-lhe árabe e o Corão. Hay confirma, no texto sagrado dos muçulmanos, tudo aquilo que havia aprendido sozinho a partir da contemplação da natureza. Asal, espantando com aquela sabedoria incivilizada, decide se juntar a Hay em sua vida reclusa.

As interpretações do magistral texto de Abentofail são muitas, e não teria condições físicas e capacidade filosófica para fazê-las todas aqui. Quero focalizar apenas duas de minhas interpretações e deixar o texto para quem quiser comentar com suas próprias idéias.

A primeira coisa que podemos extrair do texto é que Hay, sem língua, possui pensamento, que vai se tornando tão complexo, que chega a Deus. É possível pensar sem língua? Prometo voltar a esse assunto em breve, mas, resumindo, posso dizer que, nós, seres humanos, somos dotados de uma habilidade ímpar denominada Linguagem. A Linguagem, Lógos em grego, é o que nos permite interagir com o mundo, é o que me faz acreditar que, se me puser de pé, o chão me servirá de base, que o objeto que vejo em cima de uma mesa pode ser palpado se estiver ao alcance de minhas mãos, que um sibilar na mata pode significar que uma cobra está a espreita. A Linguagem é inata, e não há como nos desvencilhar dela - ela é condição sine qua non para a vida. Num âmbito agora cultural, social, existe a língua, ligada diretamente ao grupo social em que estou inserido. A língua me permite pura e simplesmente comunicar com outros que partilham do mesmo meio social. A pergunta é: onde estaria o pensamento? Primordialmente na linguagem, ou apenas na língua? Se a resposta for a primeira, isso quer dizer que a lógica independe de rótulos, ou seja, é possível pensar sem palavras. Se a resposta, no entanto, for a segunda, a isso equivale dizer que só podemos pensar porque conhecemos: 1. os rótulos dos pensamentos (das palavras que os formam) e 2. as estruturas lógicas que podem ser formuladas a partir dos sistemas das línguas humanas. A tese de Abentofail é a de que o pensamento reside na Linguagem, é tão primordial e inato quanto ela. Abentofail estava certo? Deixo minha resposta para outro dia.

A segunda interpretação, um pouco mais ética e moral, tem a ver com o fato de Hay ter chegado a Deus. Abentofail sugere, com isso, que fé e lógica não são, como diz meu amigo Pablo, como duas mulheres do mesmo homem - quando se agrada uma, entristece-se a outra. Através da lógica também é possível chegar à fé. Pelo contrário, através do emprego da boa razão e da boa fé é possível, segundo o filósofo Andaluz, chegar ao mesmo destino.

Hay é o "Robinson metafísico", segundo Borges, justamente por estas duas razões - ele é um solitário eremita que, sem língua, sem civilização, tece pensamentos cada vez mais complexos, até que chega à fé, à crença naquilo que não se vê. É um Robinson Crusoé meio-oriental muito mais complexo filosoficamente e esquecido pela tradição ocidental.

Gostaria de saber o que meus leitores pensam sobre o texto de Abentofail. Se quiserem, escrevam comentários com suas interpretações. Todas as opiniões serão bem-vindas.

Desenho no começo do post: Hay observando os astros. Autor desconhecido.

Grande abraço,

Rafael Lanzetti

Thursday, August 2, 2007

Estrada de Ferro Lanzetti Railway Co.

Esta é para os ferreomodelistas, amantes de trens e ferrovias e curiosos/simpatizantes.

Descrevo aqui detalhes da construção e da forma final (temporária) da minha maquete de ferreomodelismo em escala HO (1:87). Para você que não sabe nada de ferreomodelismo e gostaria de aprender, recomendo a leitura da página da Sociedade Brasileira de Ferreomodelismo: http://www.sbf.rec.br/sbf_1/ferreo.html

1. Planejamento da maquete

Fiz o planejamento do traçado no computador, mas sem usar nenhum programa especial, usando o Paint mesmo. Na verdade, o que fiz foi pegar o traçado da Frateschi A+B+C (http://www.frateschi.com.br/produtos/hobby_trilho.php) e acrescentar uma linha externa, além de elaborar um pouco mais as opções de manobra. O traçado ficou assim:


Essa era a idéia inicial. Aquela bola preta representa um virador de locomotivas. É um traçado bem simples, mas eu queria adicionar relevo, túnel e lago, e não sabia o que me esperava, porque não é tão fácil suspender uma linha apenas se há linhas tão perto correndo em paralelo. A lógica da maquete seria esta: 3 linhas independentes, duas de carga e uma de passageiros. A linha de passageiros (interna) transitaria entre duas estações - A e B; e para isso precisaria passar para a linha 2 (a do meio), dar mais algumas voltas, passar para a linha 3 (externa) e seguir rumo à estação B. A linha 2, com um trem cargueiro, levaria e pegaria material numa fábrica localizada em C, abastecendo comerciantes que descarregariam os vagões estacionados no pátio de manobras. Por fim, a linha 3, com outro trem cargueiro, faria o mesmo que o trem da linha 2.

Vantagens desse traçado: é relativamente pequeno, por ser oval (3,0 x 2,0m), tem pontos de partida e destino (muitas maquetes possuem apenas uma estação, o que faz o trem dar voltas e voltas e chegar no mesmo lugar), é fácil de operar (quando cada trem está em sua própria linha) e, principalmente, permite que 3 trens circulem simultânea e independentemente (a maior parte das maquetes possui apenas 2 linhas independentes).

Problemas desse traçado: em primeiro lugar, para ir do ponto de origem ao destino, todos os trens, sem exceção, precisam mudar de linha, uma ou duas vezes, o que complica bastante a operação da maquete. Para isso, precisei instalar 5 pontos de isolamento e, fatalmente, pelo menos um dos trens precisa ficar parado para um outro poder mudar de linha. Na parte da operação da maquete explico melhor como isso funciona. Em segundo lugar, descobri que a estação em A precisaria ser deslocada, por dois motivos: 1. Não havia espaço entre a linha interna e a linha central para colocar a estação entre as duas; 2. Não queria que a estação, um dos baluartes da maquete (a estação Eng. Passos) ficasse de costas para o espectador, já que iria ter de ficar voltada para o norte. Tive, então, de adicionar mais um AMV com uma saída para a estação, como vocês poderão ver nas fotos, mas... (e na vida há sempre um mas...) o trem precisaria entrar pela estação de costas (como verão no vídeo). Não é ideal, mas é o que deu pra fazer.

Em suma, salvos os contras, gostei bastante do traçado, permitindo-me operar manobras relativamente complicadas com 3 trens rodando ao mesmo tempo, o que requer do operador uma boa dose de atenção com os AMVs, isolamentos e direção das linhas para evitar descarrilhamentos e curtos-circuitos.

Para quem está começando agora a construir a sua maquete, lembre-se: não economize tempo no planejamento, pois é, sem dúvidas, a fase mais importante da construção da maquete, é nela que você vai dar sentido àquele amontoado de trilhos e desvios. É altamente aconselhável fazer o planejamento do traçado antes de adquirir o material, para não ficar com coisa sobrando, nem faltar trilho.

2. Aquisição de material

Quase todo o material que adquiri é da Frateschi (http://www.frateschi.com.br/frateschi/frateschi.php), com exceção de alguns postes iluminados, isolamentos de plástico e outras coisinhas. Aqui reside a primeira grande questão: comprar Frateschi ou juntar dinheiro e comprar produtos importados? Bom, pra quem não conhece, a Frateschi de Ribeirão Preto é a única empresa no Brasil que produz material para ferreomodelismo. Nos fóruns e grupos de discussão de ferreomodelistas, sempre há aqueles que compõem tópicos enormes xingando o material Frateschi de tudo o que é nome, falando mal da qualidade dos produtos, da sua funcionalidade etc. Pois é, eu não sou funcionário da Frateschi e concordo com boa parte das reclamações do pessoal - de que o material tem qualidade deficiente, os trilhos oxidam com muita facilidade, que os engates são um lixo, que as locomotivas têm pouca tração etc. Mas... quando me deparo com produtos estrangeiros, como os da Atlas, por exemplo, vejo que, se comprados aqui no Brasil, custam quase 4 vezes mais que os produtos Frateschi e não têm 4 vezes mais qualidade. Em outras palavras, o custo-benefício não vale a pena. Se comprados nos EUA, podem sair com preço muito melhor, mas aí tem o problema do frete, da taxação na alfândega, da demora dos Correios. Pesando tudo na balança, prefiro mesmo o material nacional. Vou dizer aqui de que gosto e de que não gosto no material da Frateschi.
Gosto:
a) Do acabamento de locomotivas e vagões - O acabamento Frateschi possui ainda muitas falhas, mas a gente precisa admitir uma coisa: quem vê problemas de acabamento (principalmente na pintura) são os ferreomodelistas, gente por natureza minuciosa, o público leigo sempre acha que os trens são "iguaizinhos aos de verdade". E tem outra, se compararmos o acabamento Frateschi com o material americano, por exemplo, a Frateschi ganha de 3 a 0. Confiram, por exemplo, a nova C30: http://www.frateschi.com.br/produtos/c30-7.php Está, a meu ver, quase impecável.
b) Do preço do material - A Frateschi, felizmente, consegue, mesmo com relativamente pouca produção, cobrar um preço justo pelo seu material.
c) Da diversidade de locomotivas e vagões - Há muito mais tipos de locomotivas e vagões que eu conseguiria utilizar em qualquer maquete que fizesse (dentro de minhas limitações de espaço e $$$). Para o ferreomodelista "caseiro", o que constrói maquetes dentro de sua casa, o material da Frateschi é o mais indicado. Para o ferreomodelista profissional, o que constrói maquetes para exibições públicas, a história é outra.

Não gosto:

a) Dos engates - me irritam profundamente. Tive de retirar todos os engates (deixando apenas os pinos) das minhas locomotivas porque, nos desengates automáticos, não havia santo que fizesse os vagões se soltarem. Um dia trocarei todos eles por KADEE (http://www.kadee.com/htmbord/coupler.htm), caros, mas eficientes.

b) Das locomotivas a vapor - infelizmente, não rodam bem. Tive de trocar a minha por outra a diesel (todas as minhas locomotivas agora são a diesel). É uma pena, queria retratar um ambiente mais bucólico que consegui retratar, mas... o principal problema das locomotivas a vapor é que o motor fica no vagão de carvão e, à frente, a locomotiva com um truque solto sem tração, faz com que ela enganche em qualquer desnível nos trilhos e em AMVs. Confira, por exemplo, as Ten-wheelers da Frateschi: http://www.frateschi.com.br/produtos/tenwheeler.php

c) Da qualidade dos AMVs (Aparelhos de Mudança de Via, o 4200 da Frateschi: http://www.frateschi.com.br/produtos/trilhos.php) - as bobinas são muito frágeis, e queimam com facilidade. Além disso, os encaixes dos trilhos que se movem nos AMVs se quebram com facilidade e são dificílimos de consertar. Ainda, a agulha que move os trilhos é fraca demais. É preciso liberar bem a área das pedras de assentamento para que o AMV funcione adequadamente.

d) Do motor do virador de locomotivas - apesar de o virador em si ser muito melhor que o da Atlas, o motor do virador Frateschi é muito frágil. Pelo barulho que faz, mesmo depois de lubrificado, sinceramente não sei quanto tempo ele vai durar. Digo que o virador Frateschi é melhor porque é mais realista, já que é preciso fazer um furo no tablado para instalá-lo (apesar de dar um certo trabalho). O virador da Atlas é de superfície, bem irreal.

e) Do protetor de desvios - é seguro? Sim, protege as bobinas dos desvios, mas é um saco. O capacitor dele é lento e é preciso esperar demais para mudar a posição do desvio novamente. Optei por não usá-lo.

f) Da falta de variedade de construções - se por um lado a Frateschi investiu em variedade de vagões e locomotivas, não há quase construções. As que existem, são de boa qualidade, com destaque para a Estação Eng. Passos e o Depósito de Locomotivas. Gosto bastante do acabamento desses dois. Mas a regra é, se você quer construções realmente bem-feitas, faça-as você mesmo ou compre material para maquetes comerciais (bem mais caros). A Minitech tem coisas boas, inclusive de papelão, mais baratas e com bom acabamento.

Acho que só. Se me lembrar de mais alguma coisa, acrescento ao longo do texto.
Dito isso, e chegando à conclusão de que valia a pena investir em produtos Frateschi, mesmo com todos esses contras, passei à aquisição do material.

Trilhos
Ao todo, a maquete tem 30 trilhos retos de 220mm (cód. 4220), 22 trilhos curvos (cód. 4222), 16 trilhos curvos de 30º (cód. 4188), 7 desengates automáticos (cód. 4110 D), 7 pares de AMVs (cód. 4200), 10 trilhos retos de 55mm (cód. 4055) e 5 trilhos retos de 45mm (cód. 4045), além do virador de locomotivas (cód. 4500). Todos os trilhos são de latão, mais baratos, mas oxidam mais depressa.
Material rodante

a) Locomotivas (http://www.frateschi.com.br/produtos/locomotivas.php), todas com pintura da RFFSA: FA-1, G-22U (Fase I) e G-22U (Fase II), G8.

b) Vagões (http://www.frateschi.com.br/produtos/vagoes_carga.php): 4 gôndolas, com pinturas da RFFSA e da CSN; 2 tanques; 1 isotérmico; 4 hoppers tanque com pinturas da RFFSA fase I e II; 1 plataforma; 4 vagões fechados (com pintura da RFFSA); além de dois vagões budd de passageiros trem de prata (http://www.frateschi.com.br/produtos/carros_budd.php). É, só dois desses porque eles são muito longos, minhas estações são muito curtas.

E com isso já dá pra brincar bastante.

3. Montagem da maquete

Esta é a parte demorada.

Em primeiro lugar, é preciso ter um bom tablado de madeira. O meu eu preferi encomendar de um marceneiro, infelizmente não tenho esse tipo de habilidade e penso que ficaria mais caro comprar o material e estragá-lo que encomendar um bom tablado já pronto e montado. O tablado tem 3,0 x 2,0m e é exatamente como manda o manual da Frateschi, com sarrafos bem acomodados, tampo de compensado de 15 mm, pregos sem cabeça e tudo mais. Aqui está uma foto:




O local escolhido foi o canto de uma sala de jantar com 3,60m de largura, o que me proporcionou certa mobilidade durante a montagem, e foi bem útil. O inconveniente desse canto da sala é a janela, ou melhor, a luminosidade excessiva que vem dela e atrapalha um pouco a visão da maquete, mas nada que uma cortina escura não resolva.

Em seguida, partimos (no plural porque, sem a ajuda incansável da minha esposa, a maquete não sairia) para a montagem dos trilhos sobre o tablado. Nessa fase também já pensamos em como seria o relevo e chegamos à conclusão de que a melhor opção seria suspender a linha externa, que voltaria à altitude 0 na altura do pátio de manobras, dos AMVs, para possibilitar a troca de linhas. Para o relevo, usamos e recomendamos enfaticamente o kit rampa da Frateschi, extremamente útil e fácil de montar. Ele vem com pinos de 0,5 cm montáveis e, a cada junção de trilhos, aumenta-se 0,5 cm à elevação, o que não força o motor das locomotivas e evita descarrilhamentos por elevações ou quedas acentuadas. Veja fotos:




A próxima fase era o assentamento/fixação dos trilhos no tablado. Para assentar os trilhos, a Frateschi recomenda usar folhas de cortiça. Nós descobrimos que existe um outro material bem mais flexível e que funciona perfeitamente bem para esse fim: EVA, que pode ser comprado em papelarias na cor que você desejar. Compramos folhas de EVA cinza, já para ajudar na decoração, na mesma cor das pedras de assentamento. Veja fotos dos trilhos assentados em EVA e fixados com preguinhos 5x5:

Nessa foto já é possível ver o virador assentado. Para isso, tive de fazer um furo de 23 cm de diâmetro no tablado com serra tico-tico e colar com Super-Bonder as bordas do virador no local exato onde deveria ficar (de acordo com o trilho que entra nele, vindo do pátio de manobras). Depois, assentei as outras três saídas nos locais exatos, colando a ponta dos trilhos (que ficam em cima da borda do virador) com Super-Bonder.





Para o assentamento, o ideal seria marcar todo o traçado com caneta Pilot (o que fizemos), desmontar os trilhos, colocar o EVA, pregar o EVA no tablado e, em seguida, pregar os trilhos em cima do EVA, mas... depois de todo o trilho montado, ficamos com uma preguiça imensa de desmontar tudo para, em seguida, montar tudo outra vez. Assim, fomos cortando o EVA em partes e inserindo-os por baixo dos trilhos, seguindo rigorosamente a marcação com Pilot que havíamos feito. Depois, pregamos os trilhos com cuidado simultaneamente ao EVA e ao tablado. Com um pouco de cuidado, isso pode ser feito ser problemas. O assentamento dos trilhos é talvez a parte mais importante da construção da maquete. Tivemos o cuidado de deixar os pregos com uma certa folga em relação aos dormentes para não quebrá-los e para retirar os pregos se fosse necessário. Mesmo assim, quebramos alguns poucos dormentes, o que "acaba dando um aspecto mais realista à maquete" (desculpa de gente desajeitada). É essencial que os trilhos estejam muito bem encaixados, sem folgas, para evitar descarrilhamentos. Tivemos também o cuidado de passar alguns vagões por todo o traçado para verificar se descarrilhavam ou prendiam em algum trecho. Nessa fase, também, seguindo meu esquema elétrico (do manual Ferrovias para Você Construir, da Frateschi, acrescido do esquema elétrico da linha externa, elaborado por mim), tive de retirar as talas de junção dos isolamentos. Usei talas de junção duplas de plástico flexível, bastante úteis, que comprei na MultiHobbies em Nova Friburgo(http://www.multihobbies.com.br/). Eles, aliás, têm bons preços para esse tipo de coisa. A linha suspensa (externa) não foi assentada com nada, e sim presa ao kit rampa pelas junções. Nossa idéia era assentar esses trilhos no futuro relevo.

A fase seguinte foi a instalação elétrica. É um processo simples, mas que exige uma paciência de Jó. A primeira coisa a fazer é furar o tablado próximo aos AMVs, isolamentos e pontos de energização das linhas. Só para vocês terem uma idéia da confusão de fios (ainda não fixados) por baixo do tablado:








Como sou aeromodelista, estou já careca de descascar e soldar fios, mas esse processo deve ser feito com o máximo de cuidado, pois são as soldas que vão definir se sua maquete vai "funcionar" ou não. A Frateschi recomenda os conectores Sindal, mas (novamente) como aeromodelista, o único conector em que confio é o DEANS, mas são caros demais. Então achei melhor apenas estanhar os dois fios e soldá-los um ao outro. E funciona perfeitamente bem. Com qualquer outro conector, a perda de energia é muito grande.

Para a instalação elétrica, é essencial que haja uma certa organização de fios, e nisso as cores diferenciadas ajudam bastante. É bom também que os fios sejam fixados em baixo do tablado, sem barrigas. Segundo os meus cálculos, eu devo ter usado mais ou menos 170 metros de fios.

A pergunta seguinte a se fazer é: onde será o meu painel de comando? Nós optamos por não colocá-lo fora do tablado, mas inseri-lo num canto da maquete:






Posteriormente, um pano será colocado na frente desses fios caídos para escondê-los. Decidimos colocar o painel de controle no próprio tablado para poupar trabalho e principalmente espaço; e para inseri-lo no cenário da maquete, já que até o painel foi posteriormente cercado de grama. A partir da primeira foto, da direita para a esquerda: os controles dos desvios, os controles de energização das saídas do virador e o controle do virador, as chaves liga-desliga dos isolamentos e os controladores das linhas 1, 2 e 3.

Depois da instalação elétrica, que me consumiu uma jornada de 10 horas quase ininterruptas, e depois dos testes com locomotivas e vagões, precisamos fazer alguns ajustes - um descarrilhamento que precisa ser evitado aqui, uma solda mal-feita ali, um desvio quebrado, um isolamento que insistia em não funcionar, entre outros. Aqui entra a paciência. Com ela, tudo se resolve. Sem ela, a maquete não sai.

Próxima fase: construção do relevo. Das várias técnicas existentes, resolvemos que seria mais prático fazer o relevo com gesso. Para isso, amassamos folhas de jornal e as colocamos nos locais onde planejamos o relevo, colocamos, por cima do jornal amassado, folhas de jornal molhadas e, por cima dessas, gesso. O contorno que obtivemos com o jornal ficou muito bom e o gesso é um material bastante prático de se trabalhar - e seca rápido. Vejam fotos:





É preciso ter cuidado apenas com a altura desejada do relevo, pois o gesso pesado afunda a camada de jornal. Se você quer fazer uma montanha relativamente alta, não economize em jornal. Essa fase (e todas as outras, devo dizer) foi liderada pela minha esposa, que tem muito mais tino pra esse tipo de coisa que eu.

No outro extremo da maquete, uma montanha maior foi feita para receber o túnel. A base do túnel foi feita de isopor de 5 mm pregado com os mesmos preguinhos do assentamento dos trilhos:



Em seguida, por cima disso, colocamos mais jornal e mais gesso, até chegarmos ao formato da montanha desejado (aproveitamos também para fixar os portais do túnel):






Uma coisa que poderíamos e deveríamos ter feito nessa fase era pintar de preto o interior do isopor para dar a idéia de escuridão dentro do túnel. Agora já era...
Em seguida, fomos tentar fazer o famigerado lago. Esse deu trabalho. O primeiro passo foi furar o tablado com o formato que queríamos (apenas um modesto laguinho) para dar sentido à ponte em arco que usamos. O furo foi feito com tico-tico:



Em seguida, precisávamos definir: 1. que substância usaríamos para encher o lago e imitar água e 2. como faríamos o fundo do lago. Nossa primeira opção foi a resina, que endurece e é bastante transparente. Então decidimos fazer o fundo do lago com uma bandejinha de depron (essas embalagens de carne):



Comprei um frasco de resina acrílica e... desastre! Que ingenuidade. A resina acabou totalmente com o depron (infelizmente, no calor da decepção, esqueci de tirar fotos do sinistro).

2a tentativa: fazer o fundo do lago com madeira:



Em seguida, acreditando que a viscosidade da resina dispensava uma vedação do fundo do lago, tasquei resina e... ela escorreu toda pro chão. Chegamos à conclusão de que a resina acrílica não era a substância adequada. Fomos à loja de tintas e descobrimos que existe uma resina poliéster, usada para colar fibras. Essa sim, seria a adequada. É um líquido relativamente translúcido (meio amarelado) que vem com um conta-gotas de líquido catalizador para fazê-lo endurecer. Aí sim, a coisa deu certo:





A aparência da resina é bem parecida com a de água. Tivemos o cuidado de, dessa vez, vedar o fundo do lago com tinta e serragem, além de pintar o fundo do lago de azul claro, para dar uma cor à resina (já que não conseguimos encontrar uma tinta que diluísse na resina, nem mesmo corante poliéster). Mas... horas depois de seca, a resina começar a ficar dura demais, e o aspecto de água começou a se perder. No momento, estou pesquisando meios de melhorar a aparência desse lago. A saga do lago ainda não acabou.

Bom, continuando com a construção, agora já na fase de decoração da maquete, pegamos serragem com o marceneiro que fez o tablado, peineiramos para usar apenas a serragem mais fina, tingimos com tinta xadrez em pó (um processo bastante simples, basta colocar a serragem num saco plástico, acrescentar a tinta e chacoalhar), e fomos colando na superfície do tablado com uma mistura de 50% de cola branca e 50% de água:



As montanhas foram pintadas de verde (mas de uma tonalidade meio azulada, fomos enganados pela cor na lata da tinta), e também cobertas com grama (com uns retoques de tinta cor cinza):



O passo seguinte foi a colocação das pedrinhas. Usamos pedrinhas de aquário bem pequenas de cor cinza claro e escuro, muito mais baratas que os saquinhos de pedra vendidos pela Minitech e pela Frateschi e de mesmíssimo efeito estético:




O processo de empedramento das linhas é meticuloso e demorado. É aconselhável empedrar as linhas apenas depois de todo o resto pronto, depois de garantir que os trens estão rodando bem e não há falhas elétricas. Retirar um segmento de trilho empedrado sem quebrá-lo é um trabalho hercúleo. As pedras são coladas em volta da linha da mesma forma que a grama, mas a atenção deve ser redobrada para a parte de dentro dos trilhos - nenhuma pedrinha deve enganchar nos vagões ou locomotivas. Nos AMVs, o processo é ainda mais crítico. Qualquer pedra que enganche na agulha ou que barre o movimento dos trilhos nos AMVs pode fazer o trem descarrilhar. Depois de tudo colado e seco, é bom aspirar o excedente - e ter paciência para dar vários retoques depois (tanto nas pedras quanto na grama).

4. Decoração da maquete

Nossa maquete foi decorada seguindo o pensamento de que a cena retratada seria de uma rodovia no interior do Estado do Rio de Janeiro no começo da década de 60. Todas as locomotivas são a diesel, dessa época. As construções são antigas, há cavalos, bois, vacas, galinhas e porcos. A estação Eng. Passos e a plataforma coberta dão um ar interiorano à maquete. Há também uma praça com bancos, pessoas esperando o trem nas estações (sentadas e em pé), uma mulher dando milho às galinhas, três casas, postes de fio de eletricidade (feitos de linha de tecido escura), postes de luz nas estações (alimentados por uma fonte de 12v de um fone de ouvido sem fio que não funciona mais), uma torre de controle, depósito de óleo perto do depósito de locomotivas, caixa d'água, trabalhadores fazendo a manutenção de uma das linhas, fusquinhas e um fordeco, uma estrada de chão que sai da estação para as casas (feita de serragem não tingida), entre outros.

Está curioso para ver como ficou a maquete pronta? Veja aqui

5. As composições

O trem de passageiros é formado da FA-1 com os dois vagões do trem de prata (Rio-São Paulo). Os trens de carga são formados por: uma G8 com gôndolas de minério, as G22U com o restante dos vagões, divididos em fechados e com substâncias (frigorífico e óleo). Padronizei que, pelo tamanho da maquete e devido às restrições de manobra, cada composição terá no máximo 5 vagões. Uma das locomotivas, geralmente a G22U RFFSA Fase II fica estacionada no depósito de locomotivas, substituindo eventualmente a locomotiva que faz o trajeto da linha externa com relevo, para poupar um pouco o motor. Vagões sobressalentes ficam estacionados no pátio de manobras até serem acoplados às composições em movimento.

6. A operação da maquete

O trem de passageiros dá algumas voltas na linha interna e pára depois do AMV que leva à estação Eng. Passos. Vai de ré até a estação e pega os passageiros. Dá mais algumas voltas pela linha interna. A composição de carga da linha central circula até que pára no isolamento perto do lago. A composição de carga da linha externa (com relevo) circula até que pára no isolamento da estação Central (plataforma coberta). O trem de passageiros passa, então, para a linha 2 e, em seguida, para a linha 3. A composição de carga da linha 2 (central), sai do isolamento e volta a circular. A composição de carga da linha 3 (externa) sai do isolamento e, simultaneamente ao trem de passageiros, volta a circular. Depois de umas voltas, o trem de passageiros entra pelos AMVs que levam à estação Central e deixa os passageiros que embarcaram na estação Eng. Passos. Um processo inverso ocorre até que cada composição esteja em sua linha devida.

É isso? Terminou? Ainda não. Um ferreomodelista amigo meu diz que "o processo de construção de uma maquete de ferreomodelismo não termina nunca" (que minha esposa não leia isso...), mas já há planos para aumentar o traçado pela parede lateral até uma cidade. Aí a ferrovia será da cidade para o campo e vice-versa. As modificações mais imediatas serão acréscimos de pessoas e construções, como uma igreja com uma cena de casamento, um parque para as crianças, e algumas outras casas.

Parabéns a você que aguentou ler até aqui. Espero que essas informações possam lhe ser úteis de alguma maneira. Se você teve paciência de ler todo esse texto, já passou no teste preliminar de "espírito de Jó" para começar a construir a sua maquete. E aos ferreomodelistas que lerem este texto, peço que façam críticas/sugestões sobre minha maquete nos comentários. Todas serão bem-vindas!

Grande abraço,

Lanzetti