Thursday, September 27, 2007

Piano & Sax

Olá, pessoal,

tenho conversado ultimamente com amigos de longa data que nunca ouviram falar que eu tinha CDs gravados. Assim, pois, decidi tirar as pobres obras do esquecimento alheio e trazer-lhes um pouco de atenção digital.

Gravei 3 CDs em home studio, com um equipamento bastante simples, mas muito funcional: um laptop, uma placa de áudio/interface USB M-Audio, microfones profissionais e um bom programa de masterização/edição de som, o Adobe Audition.

O processo é penoso e requer bastante paciência, mas consegue ser prazeroso e, ao final, dá um tremendo sentimento de "dever c(u/o)mprido".

O primeiro passo é a escolha do repertório. Costumo fazer diversas pré-gravações para ver o que fica bem com que instrumento, que estilos posso misturar, que música devo/não devo gravar. Em seguida, com o repertório definido, gravo a base em um piano digital Yamaha Clavinova CLP 130, usando sons de grand piano, o piano de cauda, e outros instrumentos, como xilofone, órgão de tubos, violinos, baixo acústico, entre outros.

Sempre preferi o piano digital ao acústico, e posso dizer o porquê (aliás, isso soa como uma inescusável heresia aos ouvidos dos músicos brasileiros): aqui no Brasil, os únicos pianos a que temos acesso são o Fritz Dobbert e o Essenfelder. Bem, que me desculpem essas fábricas nacionais, mas esses pianos são sofríveis. Eu não costumo ser entreguista, elogiando produtos estrangeiros em detrimento dos nacionais, mas nesse caso, não há o que se discutir... os melhores pianos do mundo são os japoneses, alemães e americanos; o melhor, aliás, é, sem dúvida, o famoso Steinway & Sons, utilizado por 9 de cada 10 grandes concertistas no mundo. Dito isso, o argumento a favor do piano digital torna-se bem simples - comparado com os pianos "compráveis" no Brasil, os pianos digitais são baratos e funcionais. Com eles, é possível ter, ao mesmo tempo, um piano, um órgão, um cravo, enfim, uma orquestra dentro de casa. As teclas, também de madeira com marfim (ou pelo menos de um material sintético idêntico), têm o mesmíssimo peso e resposta mecânica se comparadas às teclas de um piano acústico. Aliás, minto... o peso das teclas do Yamaha Clavinova é suave e agradável, não é o mesmo peso de um Fritz Dobbert ou de um Essenfelder, mas de um Steinway. Além disso, é possível gravar e sequenciar músicas no piano digital, usá-lo como controlador MIDI para fazer gravações, estudar de madrugada usando fones-de-ouvido, não precisa ser afinado nunca, entre muitas outras coisas. Ah, mas e o som? Os músicos puristas dizem que o som de piano digital nunca será idêntico ao de um piano acústico. Bem, basta dizer que a tecnologia de gravação dos sons de pianos digitais como o Clavinova é a Multi-sampling. Técnicos gravam, de pianos acústicos da melhor qualidade, centenas, senão milhares de samples de sons de cada nota, em todas as variações possíveis de velocidade e volume, e os inserem no "cérebro" do piano digital. Quando toco um piano digital, o que ouço, na verdade, é um som puro de um piano de cauda acústico. E os harmônicos? No piano digital, eles não só existem, mas também são configuráveis: Maior/menor Puro para coros, pitagóricos para instrumentos em geral, Werckmeister para tocar Bach e Beethoven, e assim por diante.

Depois de várias gravações da mesma música no piano digital, escolho a melhor e uso a interface USB para digitalizar a gravação para o computador. Em seguida, masterizo o piano com um leve reverb e transformo a gravação mono em estéreo. O passo seguinte é gravar, por cima da base, o saxofone. Uso o recurso de multi-faixa do Adobe Audition e, enquanto ouço o playback da base, executo a música com o sax por cima. Masterizo o som do sax (sempre com um reverb um pouco mais perceptível) e faço a mixagem - temos aí uma música pronta. O processo todo para a gravação de uma música leva por volta de 5 dias, dependendo muito da música que está sendo gravada.

Bem, aqui estão as capas dos CDs que gravei até agora. Infelizmente não possuo cópias de nenhum, mas em breve lançarei o 4o CD com repertório bastante inovador. Além disso, incluirei também instrumentos antes olvidados, como a flauta doce e a clarineta.




Este primeiro CD, Rafael Lanzetti - Piano & Sax, teve o seguinte repertório:

1. Here, there and everywhere (Paul McCartney) – 3'05''

2. My Romance (Richard Rodgers) – 3'44''

3. Ain't misbehavin' (Fats Waller) – 2'45''

4. Misty (Barrel Garner) – 4'15''

5. The beauty and the beast (Alan Menken) – 2'52''

6. Just a closer walk with Thee (tradicional) – 2'41''

7. Our first year (Rafael Lanzetti) – 3'11''

8. Odeon (Ernesto Nazaré) – 1'58''

9. Somewhere in my memory (John Williams) – 3'15''

10. Luzes da Ribalta (Charles Chaplin) – 2'26''

11. Como uma onda (Nelson Mota) – 3'11''

12. Carinhoso (Pixinguinha) – 3'25''

13. It is well with my soul (Philip Bliss) – 2'41''

14. Cantilena (John Adams) – 2'32''

15. Moon river (Henry Mancini) – 2'30''

A capa foi produzida pela Cynthia e por mim a partir de fotos que tiramos do piano acústico da minha sogra e do meu ex-sax alto Conn. A mescla de imagens foi feita com o famoso Photoshop.

Como vocês podem notar, não há qualquer preocupação de minha parte em manter uma coerência entre as músicas. A idéia é misturar tradições musicais - desde o gospel americano (Just a closer walk with Thee, It is well with my soul), passando pelos clássicos do cinema e o do jazz (Moon River, Misty, Ain't Misbehavin') até o chorinho e o bolero brasileiro (Carinhoso e Odeon). Neste CD, usei a base com o piano digital e um sax soprano Winston com boquilha Selmer e palheta Rico Royal no. 3.

Antes de produzir esse primeiro CD, tive de tomar essa decisão norteadora. Por motivos comerciais, decidi não fazer CDs temáticos, muito embora fosse uma proposta mais coerente, como, por exemplo, um CD só de arranjos de músicas dos Beatles. O problema é que, se alguém não gosta de Beatles, não vai se interessar pelo CD. Com um repertório tão "bagunçado", no entanto, é mais fácil agradar a aqueus e troianos.




O segundo CD, Canções de Inverno, foi o meu best-seller até agora, com uma produção bem melhor que o primeiro. Aqui está o repertório:

1. Wave (Tom Jobim) – 3:14

2. Anos dourados (Tom Jobim) – 3:24

3. As time goes by (Herman Hupfeld) – 4:06

4. Anemós (Rafael Lanzetti) – 4:05

5. Tudo pra ti (João Alexandre) – 1:58

6. O nome Cristo (Jader Santos) – 4:45

7. Rosa (Pixinguinha) – 2:55

8. Tema de A Lista de Schindler (John Williams) – 2:38

9. Feather Theme (Alan Silvestri) – 2:27

10. Someone to watch over me (George Gerschwin) – 5:25

11. Moonlight serenade (Glen Miller) – 5:07

12. Edelweiss (Richard Rodgers) – 4:17

13. Smile (Charles Chaplin) – 3:47

14. I don't know why (Jesse Harris) – 2:54

15. What wondrous love is this? (folclore irlandês/arr. Ralph Manuel) – 2:34

16. Night prayer (Petrus Herbert) – 2:53

Usei, para a capa, minha foto premiada intitulada Inverno de Bremen. O fotógrafo não tem mérito algum, a cena captada é que não precisou de nenhum retoque.

O repertório continuou variado e pude introduzir um novo instrumento, um sax alto Conn Shooting Stars com boquilha Claude Lakey e palheta Rico Royal no. 2 1/2. A grande novidade foi a utilização da técnica de gravação multi-faixa para os saxofones. Em algumas músicas, como O nome Cristo, há 3 saxes tocando, um soprano e dois contraltos, gravados um sobre o outro. É um álbum light para escutar em momentos de tranquilidade. Algumas músicas, como Smile, Tema de A Lista de Schindler e Feather Theme (tema musical do filme Forrest Gump), são verdadeiros soníferos...



O terceiro e derradeiro CD, It is well with my soul, teve uma proposta mais tupiniquim. Proporcionalmente, há muito mais músicas brasileiras que nos outros dois álbuns:

1. Essência de Deus (3:34) – João Alexandre/arr. Rafael Lanzetti

2. It is well with my soul (2:49) - Philip P. Bliss/arr. Rafael Lanzetti

3. Brejeiro (2:48) – Ernesto Nazareth/arr. Rafael Lanzetti

4. Odeon (1:53) – Ernesto Nazareth

5. Eu e a brisa (2:46) – Johnny Alf

6. Linda Flor/Yayá (3:04) – H. Vogeller

7. André de Sapato Novo (1:33) – André Victor Correia

8. Boa noite, amor (3:52) – José Maria Abreu

9. Eu sonhei que tu estavas tão linda (4:01) – Lamartine Babo

10. Here, there and everywhere (4:58) – John Lennon/Paul McCartney/arr. Rafael Lanzetti

11. Newlywed (3:21) – Rafael Lanzetti

12. Tema para Cynthia (3:51) – Rafael Lanzetti

Em todos os CDs, aproveito também para apresentar composições e arranjos meus, afinal, músico que não compõe, só executa, não é músico completo...

Em breve, informações sobre o 4o CD. Estou na fase de escolha de repertório.

Se quiserem mais informações sobre alguma música, sobre as técnicas de gravação ou se quiserem amostras gratuitas de músicas dos CDs, deixem aqui seus comentários que terei o maior prazer em respondê-los.

Àqueles que se interessam por música, querem aprender algum instrumento musical e não sabem qual, querem saber como e onde aprender, meu e-mail para assessoria e informações: rafael.lanzetti@gmail.com

Grande abraço e até a próxima,
Rafael Lanzetti

Tuesday, September 11, 2007

Upgrade da Estrada de Ferro Lanzetti Railway Co.

Olá a tod@s,

como prometido aos amigos ferreomodelistas, publico aqui algumas fotos do recente upgrade que fiz à decoração da minha maquete em escala HO. Na verdade, como todos sabem, pelo menos 60% do trabalho foi da minha esposa, já que, como combinado, "a decoração é com ela".

Em primeiro lugar, adicionei 10 postes com luz - 5 postes de rua para o pátio de manobras e 5 postes de vizinhança para iluminar a rua das casas e o novo parque das crianças (clique nas imagens para visualizá-las melhor).





A instalação de postes de luz é uma coisa bastante chata de se fazer. É preciso furar o tablado, o que pode deslocar trilhos e outras coisas do lugar, soldar os positivos e negativos em paralelo e usar uma fonte. A pergunta é, que fonte usar? Depois de alguns testes, decidi que iria usar uma fonte de voltagem regulável (assim posso variar, por exemplo, de 9v a 12v, dependendo do resultado da iluminação) e de 1 ampère (1000 mA). O segredo dos postes é não deixá-los brilhosos demais porque perdem o realismo. Um poste que ilumina 10 cm2 da sua maquete não é real, porque, em escala cheia (1:1), um poste assim iluminaria 87 m2! O brilho da luz dos postes, regulado a partir da voltagem da fonte, deve ser tênue, para representar o mesmo brilho de um poste real.

Acrescentei também uma torre de TV com um led na ponta e, como todo led, precisa de um pequeno resistor, já que não suporta cargas altas. O resistor precisa ser colocado sempre no positivo. Assim, é uma boa idéia ter uma fonte que permita a inversão da polaridade porque, para as microlâmpadas dos postes, a polaridade não faz diferença, mas para os leds, sim.

Quanto à decoração: acrescentamos várias figuras humanas de passageiros nas estações, crianças no parque etc.; Um parque para as crianças com escorregador, gangorra e balanço; um sorveteiro e um senhor com realejo (com direito ao mico de estimação); dois velhos jogando xadrez numa mesa; pessoas sentadas nos bancos do parque; uma igreja com uma cena de casamento (a igreja foi comprada pronta da minitech. O alicerce da igreja foi feito com massa de argila para modelar, bem prática e dispensa o uso de água. O caminho para a igreja foi feito com a mesma massa e com flores decorativas feitas pela Cynthia. Essas flores são aqueles ramalhetes de enfeites vendidos em papelarias e lojas de decoração. Ela cortou os caules e colou as flores numa base de EVA.); uma madeireira feita pela Cynthia (com madeira balsa 1mm e base de EVA); uma fábrica de cimento (feita de papel cartão e janelas de plástico do kit da Frateschi); uma cabana de linha, uma outra casa e uma mercearia, todas feitas pela Cynthia com papel cartão (os telhados foram feitos de papel canelado); um alambrado para a entrada do virador de locomotivas; outdoors feitos de madeira balsa e etiquetas transparentes PIMACO; barcos no lago (agora falta o pescador e os banhistas); muitas árvores feitas de folhagem seca tingida de verde com tinta xadrez em pó e "troncos" de cabinhos de tangerinas/mexericas; anões de linha com leds (ligados direto aos trilhos); cercas verdes com flores para dividir as linhas; pastores com seu rebanho de ovelhas e, finalmente, um pano de cortina para esconder os fios debaixo da maquete.

Falando nisso, quem quiser pode encomendar os seguintes itens de decoração à minha esposa:

1. Caminho de flores
2. Madeireira
3. Casas de diversos modelos
4. Indústrias (cimento, carvão etc.)
5. Outdoors personalizados
6. Árvores de diversos tamanhos e modelos

Para obter mais informações (preços e fotos), falem diretamente com ela: cynthia.lanzetti@gmail.com

Para ver fotos da nova decoração, assista a este vídeo do Youtube:




Agora, a grande novidade - um simulador de som caseiro. Queria "inventar" um simulador de som barato e prático, e acabei executando o seguinte plano: baixei um programa para associar sons Wave a teclas do teclado. No meu caso, usei o Wave Board, mas qualquer programa com essa função serviria (existem muitos programas desses gratuitos no www.baixaki.com.br). Em seguida, comprei um teclado numérico para laptops e instalei no painel de controle da maquete. Usei umas caixas de som para computador que estavam jogadas num canto daqui e as coloquei estrategicamente embaixo da maquete. Assim, o único inconveniente é que preciso levar o laptop para perto da maquete e ligar o teclado numérico USB e as caixas de som nele, mas consegui, baixando do site sound.org diversos sons reais de locomotivas a diesel, frenagem, sino, apito, pessoas conversando na estação, aviso na estação, pássaros, galinhas, bois, cabritos etc. E a maquete ficou bem mais divertida!

Vejam uma demonstração no Youtube:




A qualidade do vídeo e do som não é das melhores, e é meio complicado filmar e controlar a maquete ao mesmo tempo, mas prometo fazer um vídeo melhor no futuro.

Um abraço e até a próxima,

Rafael Lanzetti

Thursday, September 6, 2007

Vol. IV - Wordfast (Vídeo-aula)

Olá a tod@s,

já está disponível o Vol. IV da série Vídeo-Aulas sobre o Wordfast. É um curso completo desse programa de memória de tradução com explicações teóricas e práticas.

Conteúdo da vídeo-aula:

1. Introdução - programas de memória de tradução, memória de tradução vs tradução automática, vantagens dos programas de memória de tradução;
2. Funções básicas do Wordfast;
3. Usando arquivos de memória de tradução;
4. Atributos e configurações das memórias de tradução;
5. Glossários - uso e configuração;
6. Configurações do Wordfast;
7. Barra de ferramentas do Wordfast;
8. Tradução de apresentações do PowerPoint;
9. Localização de Websites com o Wordfast;
10. Funções do Plus Tools;
11. Dicas finais

Esse é o penúltimo volume da série. O último será sobre legendagem. Deve ficar pronto até o final da próxima semana.

Em resumo, temos:

Vol. 1 - Microsoft Word (esgotado)
Vol. 2 - Localização de Websites (esgotado)
Vol. 3 - Wordfast

Quem quiser encomendar algum CD, pode me enviar um email (rafael.lanzetti@gmail.com) ou escrever aqui um comentário.

Um abraço e até a próxima,
Lanzetti